“A Ecologia do Abraço – como caminho para a essência humana” é uma obra que visa à reflexão sobre a necessidade de mudarmos o rumo que vem nos levando, dia a dia, a um descaminho interno e externo, enquanto habitantes de um planeta que agoniza e pede socorro pelos nossos feitos inglórios. Tudo na natureza segue uma ordem, do nascer ao por do sol. Com os seres humanos não deveria ser diferente, na medida em que, assim como o dia, temos a oportunidade de aqui nascer, viver e também, num declínio, como o astro-rei, morrer. A degenerescência da saúde, do ambiente em que vivemos e de toda ordem natural é observável desde o momento em que nascemos até o dia que daqui partimos, deixando pelo caminho um rastro de desequilíbrio e sofrimento. Onde e quando perdemos o mapa de uma vida, que poderia nos indicar a estrada do “bem nascer, bem viver do bem morrer”?

Neste ensaio, a autora discorre de forma ampla sobre várias áreas do conhecimento e, assim, perpassa por todas as fases da vida humana. Num momento raro, consegue estabelecer uma linha condutora sobre as razões que nos levaram aos descaminhos e onde pode terminar tanto desequilíbrio na natureza e em nós mesmos e, mais do que isso, sinaliza com algumas setas, para uma nova estrada: mais natural e harmoniosa, a qual necessariamente exige mudanças cruciais da humanidade. 

A obra é uma proposta de ressignificação, de transformação de consciência humana e em nível planetário, sugere um novo olhar para a vida e tudo que a cerca. Propõe-nos uma caminhada, onde reencontraremos nossa essência e constataremos que somos parte de um todo e que isto é necessário e urgente. Diante da situação caótica pela qual estamos passando, trata-se de uma bela e possível proposta para uma mudança de paradigmas e oportunidade de resgatar algo tão singelo e poderoso que é um gesto simples, mas que tem um significado que extrapola seu momento e ecoa pela eternidade: o abraço. A essência humana pede resgate e, sim, saberemos da importância de abraçarmos nossos iguais e também o planeta. Em frente!

Simone Rodrigues Bernardo

Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e Bel. em Direito